domingo, 16 de fevereiro de 2014

COOPERADORES DE DEUS

                                                    

                                     "Pois somos cooperadores de Deus". - Paulo (I Coríntios, 3:9)

                                                                                                              *Mariane de Macedo

                    A Doutrina espírita como consolador prometido pelo cristo tem como um de seus princípios básicos a reencarnação. Conforme a questão 167 do Livro dos espíritos:  Qual o fim objetivado com a reencarnação? “Expiação, melhoramento progressivo da Humanidade. Sem isto, onde a justiça?”.  Na Questão, 171. Em que se funda o dogma da reencarnação? “Na justiça de Deus e na revelação, pois incessantemente repetimos: o bom pai deixa sempre aberta a seus filhos uma porta para o arrependimento”.

                  Portanto, os homens são espíritos reencarnados pela necessidade de aprendizado, em corpos físicos. Entretanto o aprendizado só acontece através das sucessivas reencarnações as quais, todos estão comprometidos em seus projetos reencarnatórios. Este projeto é desenvolvido previamente na espiritualidade para o êxito na existência. Assim, comprovando a bondade divina para com todos.  “Antes de reencarnarem, na fase preparatória que experimentaram no Mundo Espiritual, tiveram o períspirito e o corpo físico planejado pelos técnicos em reencarnação no sentido de lhes ajustarem as estruturas, para que, no momento próprio, eclodissem ou se ampliassem as percepções extra físicas, iniciando-se a tarefa de intercâmbio espiritual. Para Manoel P. Miranda: Foram adestrados para o trabalho que ora desempenham, (...) apropriaram-se das ferramentas de que necessitam,...”.

                 De posse das ferramentas que necessita, o indivíduo não percebe o empenho de Deus, através das equipes espirituais, para que efetivamente obtenha êxito no projeto reencarnatório.  Recebe todo o tipo de auxilio, tais como: auxilio de seu anjo da guarda; frequência em ambientes espiritualizados através de encontros espirituais com aqueles que permanecem na espiritualidade e através dos sonhos tem pequenas lembranças, ou não, conforme a necessidade e, além disto, a família.

                O papel da família é fundamental no processo reencarnatório, para que o homem faça escolhas adequadas e, assim, evolua. Para Emmanuel: “De todos os institutos sociais existentes na Terra, a família é o mais importante, do ponto de vista dos alicerces morais que regem a vida.” Concordando Hermínio P. de Miranda salienta: “A família é, pois, um grupo que caminha, oferecendo mútuo amparo, revezando-se aqui na Terra e no Além, uns na carne, outros em espírito.”.

                 Na maioria das vezes, a família é formada para auxiliar os equivocados a se recuperarem dos erros morais, a repararem danos que foram causados em outras tentativas nas quais malograram. Em decorrência disto, a tomada de consciência por parte de pais e educadores é imprescindível, posto que através da infância o processo educativo torna-se mais efetivo. Toda a criança é uma massa de modelar, que se orientada com amor acata o apelo amoroso para este processo evolutivo. As crianças são seres que Deus manda a novas existências, dando-lhes aspectos de inocência. Nas questões 383 e 385 do Livro dos espíritos é enfatizado que “Nessa fase [infância] é que se lhes pode reformar os caracteres e reprimir os maus pendores” (385). “O Espírito, durante esse período, é mais acessível às impressões que recebe, capazes de lhe auxiliarem o adiantamento, para o que devem contribuir os incumbidos de educá-lo” (383).

                 O pai não cria o Espírito do filho, mas tem por compromisso auxiliar o filho em seu progresso moral e intelectual. Perceber os maus pendores e direcioná-los faz parte da tarefa de transformação moral deste espírito, que embora em corpo infantil, ainda carrega consigo tendências que necessitam de direcionamento.

                  Para obter êxito no projeto, Joanna de Ângelis assevera: “Gasta-te, como o combustível da luz, a fim de que haja claridade no caminho por onde segues, propiciando aos que vêm depois a facilidade do trânsito no rumo da sua gloriosa destinação,” (,,,)”(...) Não se pode, portanto, compreender a aceitação das lições espíritas sem a sua correspondente vivência: num comportamento  adequado às suas propostas iluminativas”. Fica evidente que a coerência entre o conhecimento e a prática são indispensáveis para que o exemplo permaneça sobre aqueles as quais o indivíduo se compromete. Se você sabe, o que fazes com aquilo que sabes?

                  Embora a tarefa seja árdua, o homem necessita se esforçar. Ter o conhecimento da imortalidade da alma, da reencarnação e entender o sentido da vida, abrindo uma possibilidade maior ao individuo, de êxito no projeto reencarnatório.  Quando conhece, escolhe melhor e assim pratica as lições que a Doutrina oferta. Libertando-se dos processos educacionais repressivos ou permissivos, que são os extremos, dando lugar para o caminho do diálogo.

                   O dialogo possibilita a criatura: 1°- Parar – diminuir o ritmo, interromper os comportamentos mecanizados; 2° - Ouvir – Saber o que o outro pensa e sente. Dar a vez para entender e compreender os parceiros (pais, filhos, cônjuges, amigos, colegas, etc.) de caminhada; 3°- Olhar – Ver não apenas com os olhos físicos as pessoas da convivência, mas acatar as intuições e ver com os olhos da alma as necessidades, as fraquezas e as virtudes alheias; 4° - Pensar - com a lógica espiritual para construir um pensamento reto e justo e, por último: 5° - Agir – de forma coerente sem maltratar os outros, mas visando ter atitudes educativas que mobilizem os educandos e abrindo sempre espaços para a conversa assertiva, franca e madura.

                Para Paulo, “somos cooperadores de Deus"; para assumir este papel é preciso lucidez, fazendo a reforma íntima para sair dos comportamentos equivocados. E, assim, em se melhorando, ser grato a Deus, servindo na causa do bem, como cooperador.

               Brilhe a vossa luz” – propôs o Mestre.  “Acendamos a claridade do amor incondicional em nosso mundo íntimo e deixemos brilhe a luz da misericórdia em toda a parte, irradiando-se de nós como bênção da vida em favor de todas as vidas.”
                                                 

 
Bibliografia:

Emmanuel, F.C. Xavier. “Vida e Sexo”, Ed. FEB

Joanna de Ângelis/D. Franco. Adolescência e Vida,

Joanna de Ângelis – - Libertação pelo sofrimento

Projeto Manoel P. Miranda - Vivência Mediúnica

Programação e condições encarnatórias para o êxito.

MIRANDA, Manoel P., Sexo e Obsessão.

Hermínio C. Miranda, “Candeias na Noite Escura”, Ed. FEB

 

  • Trabalhadora do centro Espírita Ismael Vivian Eillers – Caçapava do Sul
  • Psicóloga

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