domingo, 31 de março de 2013

JESUS, O MÉDICO DAS ALMAS

                                                                                                                 Mariane de Macedo


“Se permaneceres em mim e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserem, e vos será feito.” (João, 15-7).

                  A educação religiosa da maioria das pessoas vem do conhecimento do Deus que castiga. Em decorrência disto, o Cristo que nos foi apresentado, se sacrificou para libertação de todos nós, os pecadores. E, assim, ouvindo e internalizando essas informações, que se tornaram crenças, é que a maioria dos indivíduos está sem rumo em relação a sua espiritualização. Não fazem questionamentos sobre a validade dos ensinamentos para atual conjuntura da vida. Certamente, que em alguns, até pode haver a reflexão, no entanto, este modelo sem esforço ainda permanece o mais conveniente, pois não exige mudança.

                 Já a doutrina espírita apresenta um Cristo que fala de um Deus amoroso, que é Pai de todos. Que providencia o atendimento das necessidades de seus filhos e, que não castiga, mas que deu a oportunidade da vida para uma caminhada pela estrada certa, ou seja, a da prática do amor a si e ao próximo. Entretanto, apesar deste conhecimento algumas pessoas apenas colocam rótulos, mas continuam se comportando de acordo com as crenças assimiladas pela educação tradicional. Agindo, também, pela lei do menor esforço, nestes casos, tem o conhecimento que fica divorciado da conduta.

                A OMS – Organização Mundial de Saúde informa que neste século as doenças que farão mais pacientes serão as cardiológicas e as emocionais, justamente as patologias onde os traços de personalidade comprometem a maneira de funcionar destes tipos de paciente. E, também, onde a espiritualidade da maioria é inexistente. Entretanto, embora a passos lentos, a ciência e a espiritualidade, que andavam em caminhos opostos, buscam atualmente, através de cursos para profissionais da área, uma proposta onde esses caminhos sejam paralelos.

               Existem várias bibliografias enfatizando que saúde e espiritualidade devem andar de mãos dadas. E, é justamente nesta aliança que a obra de Joanna de Ângelis auxilia aquele que permanece enfermo. Ela aponta uma série de caminhos, que percorridos, resulta em saúde. Mostrando que a doença está intimamente ligada às escolhas, sugerindo ao indivíduo não se ater a atavismos infelizes, revivendo-os, comentando-os, reestruturando-os no campo mental ou verbal. Salientando que eles não abandonarão a criatura enquanto esta não os deixar. Apoiada na sabedoria popular exemplifica que “Pedra que rola não cria limo”, sugerindo alteração de rota, movimento, realização.   

           Além disto, estimula o questionamento sobre o que está inconsciente, e se manifestando em forma de doença. Os conflitos existenciais negligenciados são as causas do aparecimento das enfermidades, que desejam sinalizar sobre a necessidade de ações mais adequadas. Olhar no espelho da alma e perceber a repetição de receitas conhecidas e falidas, onde o individuo deseja resultados novos enquanto as condutas permanecem inalteradas. Enfatiza que para que pessoa adquira ou preserve a saúde, é imprescindível a conscientização de si mesma, da sua maneira de ser.   

                A benfeitora lista alguns sinais de alarme em torno de situações que surgem, que impedem a criatura de realizar o que deseja para evoluir: Pedir desculpas por uma reação infeliz e não logra fazê-lo; Recomeçar uma tarefa que a ira interrompeu e sente dificuldade; Abraçar alguém inamistoso e vê-se impedido; Discutir um assunto desagradável e é tomado por um silêncio constrangedor; iniciar uma conversação e sente-se incapaz ou desinteressado; Permanecer acordado sem libertar-se de uma ideia intranquilizadora; Continuar ansioso, mesmo quando não há razão que o justifique; Não conseguir dirigir palavras gentis a uma pessoa querida; Sentir-se trêmulo ou deprimido diante de alguém que lhe parece superior; Considerar-se diminuído no meio social no qual se movimenta... Esses sintomas e outros mais caracterizam estados predisponentes às doenças. Portanto, precisam de atenção e cuidado.

              Joanna assevera para a desconstrução dos padrões mentais antigos, negativos, que condicionam a aceitação dos comportamentos doentios. Deixando claro que é através do autodescobrimento que aparecem as respostas para os desequilíbrios. Quando a criatura permanece em pensamentos de ódios, culpas, inveja, vingança entra em dissonância cognitiva. Ao contrário, quando o padrão vibratório dos pensamentos se modifica, o indivíduo entra em consonância cognitiva, construindo um ambiente de harmonia, mudando a sua psicosfera, que gera bem estar e, por consequência saúde.

               Com a mudança da psicosfera a convivência torna-se mais equilibrada nos ambientes onde o indivíduo está inserido, para o aprendizado. Embora, em alguns, as exigências sejam árduas, há a necessidade de compreensão. Pois é deste esforço na melhora dos relacionamentos que a transformação ocorrerá, através de novas atitudes. Assim, o indivíduo assume a parte que lhe compete no processo evolutivo. Narra-se que um sábio caminhava com seus discípulos, por uma via tortuosa, quando encontraram um homem piedoso que, ajoelhado, rogava a Deus o auxiliasse a tirar do atoleiro o carro em que seguia. Todos olharam o devoto, sensibilizaram-se e prosseguiram. À frente, alguns quilômetros vencidos, havia outro homem que tinha, igualmente, o carro, mas tentava com todo empenho liberar o veículo. Comovido, o sábio propôs aos discípulos ajuda-lo. Reunidas todas as forças, logo o transporte foi retirado e, após agradecimentos, o viajante prosseguiu feliz. Os aprendizes surpresos, indagaram ao mestre: ─ O primeiro homem orava, era piedoso e não o ajudamos. Este, que era rebelde e até vociferava, recebeu nosso apoio. Por quê? Sem perturbar-se, o nobre professor elucidou: ─ O que orava, aguardava que Deus viesse fazer a tarefa que lhe competia. O outro, embora desesperado por ignorância, empenhava-se, merecendo auxílio.

                 Joanna de Ângelis através desta fábula demonstra que é preciso agir e retirar os hábitos infelizes para alcançar a saúde. Quando o homem sai dos atoleiros da má vontade, do egoísmo, da rigidez, da queixa, da maledicência, algo se move internamente. Oportunizando ao indivíduo a aceitação dos ensinamentos do evangelho, libertando-o das imperfeições morais. Quando a espiritualidade é vivenciada de acordo com a sua proposta real, do indivíduo ter uma atitude cuidadosa para com a vida, ele passa a se comprometer consigo e com tudo que o circunda. Desenvolvendo uma relação de respeito, gerando ação e reação. Assim, a mensagem cristã vai aos poucos assumindo outro papel, na vida e escolhas de cada um.

                   Portanto, a mudança de comportamento, com condutas mais coerentes estabilizam a criatura, que ao sentir-se verdadeira se conecta consigo e por consequência com o Deus Pai. Sente-se merecedora do amor divino, deixando brilhar a sua luz interior. Abandonando a crença de castigo, onde se responsabiliza pelo seu processo evolutivo, fazendo a sua parte com maturidade. Por consequência, o Cristo é retirado da cruz e passa a fazer parte da atualidade, como médico das almas, como amigo que acolhe e, que carrega no colo nas adversidades da vida. Ele passa a ser Aquele Messias tão esperado, que ouve e atende, oferecendo seu evangelho como farmácia, onde todas as medicações necessárias ficam a disposição. Basta apenas à decisão, de marcar a consulta, e aderir ao tratamento.

 BIBLIOGRAFIA:

 FRANCO, Divaldo – Pelo espírito Joanna de Ângelis –– Momentos de Saúde e de Consciência –– Editora LEAL- 1ª. Ed.- 2013

KARDEC, Allan – O Evangelho Segundo Espiritismo – 1 ed. Porto Alegre, RS:     FERGS -2006.

 

            KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de Salvador Gentille, revisão de Elias Barbosa. Araras, SP, IDE, 166ª. Edição, 2006.

 

 

 

 

   



ESCLARECIMENTO


Queridos amigos peço desculpas a vocês por ter permanecido ausente, no entanto, foi necessário. Vou fazer o possível para continuar escrevendo mensalmente neste endereço, onde conto com a participação de todos para me auxiliarem a construir textos coerentes e que visem a promoção emocional e, por consequência social dos  leitores. Abraço fraterno. Mariane