sexta-feira, 3 de setembro de 2010

QUAL TEU OBJETIVO?

Mariane de Macedo

A doutrina espírita em seus princípios básicos nos deixa claro que: Somos espíritos imortais; que reencarnamos para evoluir; que podemos nos comunicar com os desencarnados; que existem outros mundos, dos quais poderemos aportar se evoluirmos; mas o principal é que tudo isso, sem a causa primária de todas as coisas, que é Deus, seria impossível as demais. No entanto, mesmo de posse destes conhecimentos, ainda não conseguimos organizá-los com a devida urgência, que a existência nos convida.
Deus sendo a causa primária de todas as coisas, planejou para que tudo funcionasse de maneira organizada, por que ele tem um objetivo. Ou seja, na nossa compreensão humana observamos que usou de uma metodologia, para que seus objetivos fossem alcançados com início, meio e fim, ou finalidade. E assim, as leis naturais se organizam de tal forma, que cada vez que tentamos contra a natureza, ela nos responde através das mais variadas formas. Portanto, será que nós, que somos os seres inteligentes criados por Deus, também não deveríamos fazer a nossa própria organização, para chegarmos a nossa finalidade?
Quando estudamos Metodologia científica na faculdade aprendemos a fazer projeto. Neste projeto seguimos um modelo, que geralmente vem assim: Identificação do Projeto; justificativa; objetivos; metodologia e avaliação. Se pegássemos emprestado da metodologia este modelo e colocássemos nas nossas vidas, quem sabe tudo ficaria mais claro. Vejamos essa proposta.
O que acontece é que a maioria das pessoas, ao não colocar no cotidiano os princípios básicos, se divorcia da realidade espiritual e esquece a finalidade de Deus para conosco. Que ELE, não nos criou para sofrermos, mas para o contrário, sermos felizes. No entanto, quando o projeto de Deus, cuja identificação é o nosso nome, a justificativa da existência deste projeto (nós) é porque ele nos ama e quer nos dar mais uma oportunidade de acerto. Com qual objetivo? Evolução, especificamente: oportunizar situações que nos estimulem a mudança. E para isso não há necessidade de sabermos se fomos reis ou rainhas no passado, pois basta observarmos quais as lições que estão nos pedindo repetição, tais como: humildade, tolerância, paciência, fraternidade e outras tantas. Mas, ainda que, não observássemos a nossa volta, mas que usássemos a lógica, não existe evolução sem mudança de comportamento. E a metodologia, ou seja, como vamos realizar este projeto. De que forma a Maria vai viver para que ela possa cumprir com seu objetivo de evolução. Se quiser evoluir deverá ter uma vida dentro de princípios do bem, do amor, do reconhecimento do outro. No entanto, quando se esquece de seus objetivos de evolução, qualquer metodologia serve. Pode inclusive deixar para a próxima existência, como preconiza o preguiçoso. Mas neste caso, já não poderá reclamar na hora da avaliação.
E é exatamente na hora da avaliação dos resultados, que as pessoas se dão conta dos sofrimentos, e se queixam de Deus, dizendo que ELE as abandonou, quando na verdade foi escolha do indivíduo permanecer a deriva. Quando há dedicação continua na busca dos resultados, a providência divina está sempre ao nosso alcance. “Dar-se-á aquele que tem”, posto que DEUS seja Pai, ama e deseja que nossa existência dê certo. Assim sendo, nos oportuniza os meios para obtenção de êxito, como: Conhecimento da doutrina, exercício nas sociedades espíritas, no movimento, a prece, a fluidoterapia, a família. Mas principalmente o conhecimento do Evangelho de Jesus, que é o nosso tratado de psicoterapia, segundo Joana de Angelis, onde Jesus é nosso terapeuta.
Então, será que o que nos falta, não é fazermo-nos a seguinte pergunta. Qual o teu objetivo? Ao fazermos uma pergunta, conseqüentemente obteremos uma resposta. Quando falas com alguém, qual teu objetivo? Comunicar-te. Quando sorri, qual teu objetivo? Ser simpático. Quando tu ficas furioso, qual teu objetivo? Brigar; Quando tu bebes, qual o teu objetivo? Embriagar-te; Quando grita, qual teu objetivo? Agredir; Quando vêem erro nos outros, qual teu objetivo? Projetar, te defender; Quando mente, qual teu objetivo? Enganar. E assim por diante, pois é importante pensar sobre as respostas que vamos evocar do meio, quando temos um objetivo, mesmo que seja velado, não percebido aos olhos dos outros, mas percebidos pela consciência, porque toda ação gera uma reação. Assim a causa das nossas dores não é desconhecida. Enquanto persistirmos em nos desviar do nosso objetivo de evolução, utilizando metodologias contraditórias, as nossas avaliações serão sempre de solidão, desamparo e depressão. Uma vez que é incoerente ter um objetivo do bem e não perdoar o irmão, é incoerente servir a Deus e caluniar, Desejar a paz e pregar a discórdia.
Assim, a proposta de analogia do ser humano com um projeto, não é uma maneira de burocratizar os indivíduos, mas de oportunizar a reflexão sobre o que estamos fazendo por nós mesmos. Afinal, somos todos projetos de DEUS.
BIBLIOGRAFIA:
ANGELIS, Joana - Vida Desafios e Soluções – pg. 102 – ANGELIS, Joana - O Ser consciente –
KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Tradução de Guillon Ribeiro. 119. Ed. Rio de Janeiro: FEB, 2002.
KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de Salvador Gentille, revisão de Elias Barbosa. Araras, SP, IDE, 166ª. Edição, 2006.